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Por Dra. Leigh Siergiewicz, ND
O cogumelo juba-de-leão é um fungo com aparência bem distinta e que apresenta usos medicinais. Ele é branco, com cor de creme, e não tem o formato da maioria dos cogumelos comuns, que têm talos e chapéus. Dependendo da variedade, ele se parece mais com um coral ou pode ter espinhos semelhantes aos de um ouriço, em uma única massa sem talo, e cresce naturalmente em diversas partes pelo mundo. Com o aumento significativo de sua popularidade, ele tem sido cultivado em pequena escala para fins culinários e medicinais.
Seu nome científico, Hericium ("ouriço" em latim), se deve a seu aspecto espinhoso. Ele também é conhecido como cogumelo-coral, hou tou gu e yamabushitake em diferentes partes do mundo.
O cogumelo juba-de-leão é utilizado medicinalmente como chá, tintura, em pó ou em cápsula. Ele pode ser consumido fresco e fica delicioso salteado em manteiga ou ghee. Nunca colete cogumelos na natureza sem que um especialista os identifique. Você pode encontrá-lo cultivado ou colhido na natureza e vendido em uma feira, caso queira consumi-lo fresco.
As pesquisas sobre a juba-de-leão têm aumentado. Os usos mais conhecidos para o cogumelo juba-de-leão têm relação com o desempenho cognitivo ou a saúde neurológica. Além disso, há evidências preliminares de que ele pode aliviar problemas digestivos e doenças respiratórias, melhorar a atividade antifúngica e a saúde do sistema imunológico, estabilizar o teor de açúcar no sangue, promover níveis saudáveis de colesterol e pressão arterial, incentivar cicatrizações saudáveis e prevenir diversas doenças crônicas.
Alguns dos componentes da juba-de-leão também sugerem que ela pode ajudar a promover um humor positivo. Grande parte dos estudos recentes foi feita em ratos, mas novos estudos em humanos estão sendo divulgados.
Tradicionalmente, indígenas utilizam a juba-de-leão para tratar problemas digestivos, como úlceras, e a debilidade geral, para reforçar o desempenho atlético e como um anti-hemorrágico para ferimentos.
Em geral, a juba-de-leão é segura, sem relatos de efeitos adversos sérios. Contudo, se você tiver alergia a cogumelos, consulte um profissional de saúde antes de experimentar a juba-de-leão.
Um estudo com ratos concluiu que uma lesão por esmagamento de nervo tratada com um extrato aquoso de juba-de-leão foi útil para reparar e fazer o nervo crescer novamente. Um estudo feito na Malásia concluiu que a juba-de-leão é útil para o crescimento e a diferenciação dos nervos em humanos. Outros estudos concluíram que o cogumelo é benéfico para pessoas com neuropatia diabética. Portanto, a juba-de-leão pode ajudar a tratar problemas e lesões nos nervos periféricos, além de dar suporte ao crescimento e à saúde dos neurônios.
Um estudo in vitro com células de ratos concluiu que o extrato de juba-de-leão ajudou a reduzir os danos causados pela proteína beta-amiloide aos neurônios, uma das principais causas da doença de Alzheimer. Isso indica que o extrato de juba-de-leão pode ter efeitos antioxidantes e neuroprotetores em ratos. É necessário realizar mais pesquisas em humanos, mas este já é um primeiro passo promissor para um possível uso da juba-de-leão no tratamento de doenças neurológicas.
Em 2019, uma revisão de pesquisas e informações científicas sugeriu a existência de evidências preliminares e indiretas de que a juba-de-leão pode ser útil no tratamento de transtornos de humor. Os possíveis mecanismos para tal incluem a afinidade da juba-de-leão por melhorar a saúde neurológica geral, além de ser um anti-inflamatório para o sistema nervoso. Esse estudo recomendou que se façam mais pesquisas sobre essas informações preliminares e promissoras acerca dos benefícios da juba-de-leão para pessoas com transtornos de humor. A juba-de-leão pode ser um complemento útil para um programa abrangente de cuidados com a saúde mental.
Em um estudo, os participantes, que tinham dimensões corporais maiores e apresentavam transtornos de humor, transtornos de sono ou problemas de alimentação compulsiva, consumiram juba-de-leão por oito semanas. Os resultados mostraram que a juba-de-leão pode ser útil para pessoas com transtornos de humor relacionados a depressão e ansiedade e para melhorar a qualidade do sono.
Um pequeno estudo controlado por placebo investigou 30 mulheres na menopausa e concluiu que o consumo de juba-de-leão por quatro semanas reduziu notavelmente os sintomas de depressão e ansiedade.
Pesquisas concluíram que a juba-de-leão, especialmente a variedade Hericium erinaceus, pode ajudar a prevenir danos aos nervos após convulsões em ratos. Mais estudos são necessários para confirmar tais resultados e verificar sua eficácia em humanos. Converse com seu médico antes de incluir a juba-de-leão em um tratamento estabelecido para epilepsia.
Um estudo feito em Taiwan com ratos que tinham sofrido AVC isquêmico concluiu que a juba-de-leão pode ajudar a prevenir os danos ao cérebro devido à privação de oxigênio. Isso incentiva, ainda, outros estudos que se mostram promissores para o crescimento dos nervos. Fale com seu médico sobre seu programa de recuperação e prevenção de AVC.
Um estudo in vitro, utilizando células humanas e de coelhos, concluiu que um componente da juba-de-leão pode ajudar a prevenir coágulos sanguíneos, que podem causar ataques cardíacos e AVC. Mais estudos seriam necessários para confirmar esses resultados em humanos. Não se esqueça de conversar com seu médico sobre tratamentos para riscos sérios, como os coágulos sanguíneos.
Estudos com ratos concluíram que o consumo de juba-de-leão pode ajudar a prevenir problemas de memória espacial e visual.
Um pequeno estudo duplo-cego e controlado por placebo investigou adultos japoneses e identificou uma melhora significativa no funcionamento cognitivo ao longo de suas 16 semanas de duração. Pessoas com leve deficiência cognitiva apresentaram melhoras a cada intervalo de 8, 12 e 16 semanas do estudo. Porém, os efeitos benéficos desapareceram após a interrupção do consumo da juba-de-leão. Mais estudos são necessários para examinar uma abordagem sustentável de longo prazo para melhorar o funcionamento cognitivo.
Usos indígenas tradicionais da juba-de-leão incluem o tratamento de úlceras intestinais. Um estudo de 2015 confirmou a eficácia desse uso tradicional em ratos. Concluiu-se que a juba-de-leão reduz a área ulcerada nos estômagos de ratos e previne o avanço da ulceração. Outros estudos que investigaram diversos problemas digestivos em humanos chegaram a resultados conflitantes, sendo alguns positivos e outros negativos. A dosagem adequada é importante. Por isso, consulte um profissional de saúde qualificado antes de utilizá-la como parte de um programa abrangente de cuidados com a saúde estomacal e intestinal.
A causa subjacente à exacerbação de muitas doenças crônicas é a inflamação. Em caráter preliminar, a juba-de-leão tem se mostrado uma opção promissora e animadora como um anti-inflamatório geral. Um estudo de 2015 investigou especificamente a inflamação do tecido adiposo (gordura) e concluiu que o consumo de juba-de-leão pode prevenir ou reduzir as inflamações associadas à obesidade.
Outro estudo com ratos diabéticos concluiu que a juba-de-leão pode ajudar a estabilizar o teor de açúcar no sangue, reduzir o colesterol e controlar inflamações, além de melhorar outros indicadores de doenças crônicas. A juba-de-leão pode ser incluída como parte de um programa abrangente para controlar os sintomas e os parâmetros da diabetes.
Um estudo in vitro concluiu que a juba-de-leão pode ajudar a prevenir a oxidação do colesterol LDL, que é amplamente considerada como uma das principais causas da obstrução das artérias. Contudo, ainda precisamos de mais pesquisas para atestar se isso é aplicável a animais ou humanos.
Um estudo com ratos concluiu que o consumo de juba-de-leão melhorou o metabolismo de lipídios e diminuiu o peso corporal ao longo de seus 28 dias de duração.
Outro estudo, que envolveu ratos obesos e sujeitos a uma dieta rica em gordura, concluiu que os níveis de colesterol, incluindo LDL e HDL, e triglicérides voltaram ao normal após o consumo de juba-de-leão. Esse resultado é promissor, mas é necessário realizar mais pesquisas em humanos para verificar se esse é um tratamento apropriado para o metabolismo de lipídios, perda de peso, doenças cardíacas e colesterol alto.
Algumas pesquisas indicam que a juba-de-leão melhora o sistema imunológico, estimulando a microbiota no intestino a ativar a imunidade intestinal. Outras pesquisas indicam que ela estimula diretamente os glóbulos brancos responsáveis pela imunidade. Ainda estamos aprendendo como a juba-de-leão ajuda nosso sistema imunológico a funcionar, mas ela pode ser um complemento útil para as partes mais importantes de uma imunidade saudável, incluindo um bom sono, uma alimentação saudável, um bom controle do estresse e exercícios físicos.
A juba-de-leão vem recebendo muita atenção no tratamento de vários problemas ligados ao sistema nervoso e ao funcionamento cognitivo. Ela também pode trazer outros benefícios comuns em outros cogumelos, como reforço imunológico, propriedades anti-inflamatórias e suporte à saúde geral. Além disso, as pesquisas sobre seus benefícios a vários outros sistemas do corpo estão se tornando mais frequentes.
Converse com seu médico ou com um naturopata licenciado para incluir a juba-de-leão em um planejamento individualizado e abrangente para sua saúde mental, neurológica e geral.
Referências:
