Os minerais são compostos químicos ou moléculas encontradas na natureza. Apesar de normalmente serem mencionadas lado a lado, os minerais são diferentes das vitaminas. Eles são substâncias inorgânicas que não só têm um papel importante no ecossistema da terra, como também atuam na saúde geral de todos os organismos visos, incluindo plantas, animais e humanos. 

Os minerais são classificados como macro se mais de 5 gramas dele estão presentes no corpo humano. Se existe menos de 5 gramas do mineral no corpo, ele é considerado um micronutriente. Porém, não importa a quantidade, todos os minerais são cruciais para que as enzimas, as proteínas e as células funcionem de forma adequada.

Ferro

O ferro compõe cinco por cento da crosta terrestre, porém, a deficiência de ferro é a deficiência de mineral mais comum do mundo. Estima-se que até uma em cada três pessoas no mundo todo apresenta uma deficiência desse mineral essencial. Mulheres em idade de engravidar apresentam o maior risco.  Os homens costumam ter um total de 4 gramas de ferro no sangue, enquanto as mulheres têm 3 gramas. 

O ferro é mais conhecido por seu papel para manter os glóbulos vermelhos, ou a hemoglobina, em níveis adequados. Quando a pessoa tem uma deficiência de ferro, ela é incapaz de produzir níveis adequados de glóbulos vermelhos, resultando em uma doença conhecida como anemia. Apesar de também existirem outras causas de anemia, como deficiência de vitamina B12 e folatos , a insuficiência de ferro é a principal causa.

O ferro se apresenta em duas formas: ferro heme, que é encontrado principalmente em fontes animais, e o ferro não-heme, que vem de fontes vegetais. Quando o ferro é consumido na carne, o corpo absorve cerca de 30 por cento do ferro heme ingerido. Quando o ferro é consumido nas plantas, nozes e sementes, cerca de 10 por cento do ferro não-heme é absorvido. 

Causas da deficiência de ferro

  • Consumo inadequado na dieta
  • Cirurgia de perda de peso (bypass gástrico, bariátrica, etc.)
  • Menstruação pesada
  • Úlceras estomacais 
  • Pólipos de cólon (que podem sangrar)
  • Síndrome de má absorção
  • Doenças intestinais (intestino permeável, doença de Chron, colite ulcerativa, doença celíaca)

Sintomas da deficiência de ferro

  • Fadiga
  • Aparência pálida
  • Falta de ar
  • Dor no peito
  • Palpitações no peito

Fontes alimentares de ferro

  • Carne (boi, cordeiro, peru, frango, vitela, etc.)
  • Frutos do mar (camarão, moluscos, atum, etc.)
  • Vegetais (espinafre, ervilha, brócolis, couve, repolho crespo, etc.)
  • Frutas (morangos, melancias, uvas-passas, tâmaras, ameixas, etc.)
  • Grãos (tofu, feijão roxo, lentilhas)

O ferro só deve ser consumido se uma deficiência de ferro tiver sido diagnosticada e as fontes alimentares de ferro não fornecerem uma quantidade suficiente. Alguns indivíduos têm um problema chamado de hemocromatose, que resulta em uma sobrecarga de ferro. Depois que a deficiência de ferro é diagnosticada e a suplementação é indicada, também é possível tomar vitamina C, que ajuda a melhorar a absorção. 

 Magnésio

Um “cofator” enzimático envolvido em mais de 350 reações químicas no corpo humano, o magnésio é crucial. O humano médio tem cerca de 25 gramas de magnésio no corpo. Um por cento disso está no sérum e nos glóbulos vermelhos, e 90 por cento do sérum está presente nos ossos e nos músculos. Um baixo nível de magnésio no sangue indica a deficiência. Porém, um exame sanguíneo também pode ficar normal mesmo quando existe uma insuficiência de magnésio no corpo. No geral, estima-se que até 75 por cento da população mundial consome quantidades inadequadas do magnésio necessário para uma boa saúde.

Um consumo adequado de alimentos ricos em magnésio, que inclui vegetais folhosos, é muito importante. Frequentemente, a dieta não é suficiente, e um suplemento é necessário. 

Certas medicações aumentam o risco de deficiência de magnésio. Esses medicamentos incluem antiácidos (ex.: omeprazol, pantoprazol e ranitidina) e diuréticos (ex.: furosemida, triantereno e hidroclorotiazida). 

Causas da deficiência de magnésio

  • Consumo inadequado pela dieta 
  • Cirurgia de perda de peso (bypass gástrico, bariátrica, etc.)
  • Má absorção
  • Doenças intestinais (doença de Chron, colite ulcerativa, doença celíaca)

Sintomas da deficiência de magnésio

  • Cãibras musculares
  • Cãibras nas pernas (principalmente à noite)
  • Contrações nas pálpebras
  • Palpitações no peito
  • Pressão sanguínea elevada
  • Enxaqueca
  • Dores de cabeça
  • Sintomas de ansiedade
  • Prisão de ventre
  • Baixo controle da glicose
  • Bexiga hiperativa (a bexiga é um músculo liso)

Fontes alimentares de magnésio

É melhor obter o magnésio através da dieta. Porém, isso frequentemente não é suficiente, mesmo em pessoas com dietas saudáveis e bem equilibradas. O magnésio está disponível nas formas de pó, comprimido ou cápsula. Uma fórmula de quelato de magnésio (como citrato de magnésio, glicinato de magnésio, magnésio malato ou treonato de magnésio) é ideal para otimizar a absorção e a eficiência. Uma fórmula de óxido de magnésio é aceitável, porém costuma ter efeitos colaterais gastrointestinais, como fezes soltas, para algumas pessoas. Tome conforme indicado no rótulo. Pessoas com doenças renais avançadas devem consultar seus médicos antes do consumo. 

 Cálcio

O cálcio é um dos minerais mais comuns no corpo e na terra. De fato, até dois por cento do nosso peso corporal é composto por cálcio. Estima-se que 99 por cento do cálcio de nosso corpo é encontrado nos ossos, enquanto um por cento está circulando no sangue ou presente nas células.

O cálcio é responsável pela saúde dos ossos e do músculo, incluindo as contrações cardíacas. Quando uma quantidade de cálcio suficiente não é consumida, complicações de saúde podem ocorrer. Quando consumido com alimentos, o cálcio e o magnésio costumam ser equilibrados. Quando um suplemento de cálcio é tomado, deve-se também adicionar um de magnésio. Além disso, níveis adequados de vitamina D são necessários para a absorção do cálcio. 

Causas da deficiência de cálcio

  • Deficiência de vitamina D
  • Baixo consumo alimentar
  • Cirurgia de perda de peso (bypass gástrico, bariátrica, etc.)
  • Má absorção
  • Doenças intestinais (intestino permeável, doença de Chron, colite ulcerativa, doença celíaca)

Sintomas da deficiência de cálcio

  • Problemas dentários
  • Depressão
  • Unhas quebradiças
  • Fadiga
  • Alucinações
  • Cãibras menstruais
  • Cãibras musculares
  • Osteopenia/osteoporose

Fontes alimentares de cálcio

Quando a dieta não contém quantidade adequadas de cálcio, pode ser necessário adicionar um suplemento de cálcio ao seu regime diário. A maioria das pessoas que toma uma suplementação consome 500 mg a 1000 mg diariamente. O carbonato de cálcio requer uma quantidade adequada de ácido estomacal para ser absorvido, então é melhor consumi-lo com uma refeição. Para pessoas que tomam antiácidos, é melhor tomar uma formulação de citrato de cálcio. Outras formas, como o cálcio de coral, gluconato de cálcio ou lactato de cálcio, também são aceitáveis. Algumas pessoas também tomam suplementos combinados de cálcio e magnésio ou cálcio, magnésio e zinco. 

 Iodo

Estima-se que, globalmente, uma a cada três pessoas tem um consumo insuficiente de iodo . Uma quantidade adequada de iodo é necessária para a produção do hormônio da tireoide e do metabolismo de energia. Pessoas com os sintomas listados abaixo, ou pessoas com uma doença de tireoide, devem ser consultados por um médico para checar seus níveis de iodo. Os níveis normais de iodo na urina são superiores a > 100 mcg/L ou mais. 

Quando esse nível é deficiente, pode-se desenvolver bócio (alargamento da tireoide) ou nódulos na tireoide. Baixos níveis de iodo também são associados a fadiga, baixa temperatura corporal e inteligência reduzida (até 13,5 pontos), conforme mensurado por um teste de QI padronizado. Uma deficiência severa no feto e na primeira infância pode resultar em um retardo mental.

A deficiência de iodo é comum na África e no sul da Ásia, enquanto 50 por cento das pessoas da Europa também são levemente deficientes, de acordo com um estudo publicado na Endocrine Reviews. 

Um estudo de 2018 em mulheres grávidas da Noruega, publicado na revista Nutrients, demonstrou que até 55 por cento das mulheres tinha níveis inadequados de iodo em suas dietas. De acordo com a Australian Thyroid Foundation, “mais de 50% das crianças e mulheres grávidas ou lactantes da Austrália têm uma deficiência de iodo”.

Além disso, um estudo de 2011, publicado no Journal Thyroid, demonstrou que quase 10 por cento das pessoas dos Estados Unidos tinha níveis moderados a severos de deficiência de iodo. Acredita-se que mais cinco a 10 por cento é levemente deficiente. Em outras palavras, um em cada cinco americanos também pode ser deficiente.

As pessoas do Japão tendem a ter um consumo mais alto de iodo quando comparadas às de outros países, devido ao consumo rotineiro de algas wakame, nori e kombu. 

Causas de deficiência de iodo

  • Baixo consumo alimentar
  • Cirurgia de perda de peso (bypass gástrico, bariátrica, etc.)
  • Má absorção
  • Doenças intestinais (intestino permeável, doença de Chron, colite ulcerativa, doença celíaca)

Sintomas da deficiência de iodo

  • Dedos gelados nas mãos e pés
  • Fadiga
  • Nódulos na tireoide/bócio
  • Tireoide hipoativa
  • Depressão
  • Névoa mental/dificuldade para aprender e lembrar-se das coisas
  • Ganho de peso
  • Perda capilar
  • Pele seca

Fontes alimentares de iodo

Quando a dieta não é suficiente, um multivitamínico de qualidade deve ser tomado, desde que ele tenha 150 mcg de iodo . Algumas pessoas também tomam suplementos de algas para ajudar a garantir que recebem uma quantidade adequada de iodo. A União Europeia recomendou que o limite máximo de iodo na suplementação deve ser de 600 mcg. 

 Zinco

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, estima-se que até 20 por cento da população mundial pode ser deficiente em zinco. Quando crianças pequenas são afetadas, o crescimento pode ser prejudicado, enquanto o sistema imunológico também pode ser negativamente afetado, dificultando o combate a bactérias e vírus perigosos. Crianças no sul da África, Ásia e no Pacífico Ocidental estão em maior risco do que crianças em outros lugares do mundo. Na América do Norte e na Europa, os idosos estão em maior risco de deficiência que as crianças. 

Causas de deficiência de zinco

  • Baixo consumo alimentar
  • Cirurgia de perda de peso (bypass gástrico, bariátrica, etc.)
  • Má absorção
  • Ingestão rotineira de álcool
  • Doenças intestinais (doença de Chron, colite ulcerativa, doença celíaca)
  • Medicamentos (medicamentos diuréticos usados para a pressão arterial)

Fontes alimentares de zinco 

Os sintomas da deficiência de zinco

  • Pele seca (dermatite)
  • Perda olfativa
  • Baixa cicatrização
  • Crescimento retardado (em crianças)
  • Diarreia 
  • Distúrbios mentais 
  • Perda de memória
  • Perda capilar
  • Impotência
  • Infecções recorrentes devido a uma redução na imunidade

Dependendo da idade, entre 2 mg e 13 mg de zinco por dia são recomendados – mulheres amamentando possuem requerimentos maiores, enquanto crianças têm requerimentos menores. A maioria dos multivitamínicos de qualidade contêm zinco. Também existem suplementos combinados de cálcio, magnésio e zinco que são benéficos para a saúde dos ossos. Porém, algumas pessoas podem precisar de zinco adicional e tomar um suplemento de zinco. Pastilhas de zinco são tomadas frequentemente durante as temporadas de gripe e resfriado, para ajudar a prevenir infecções respiratórias. 

Referências:

  1. Food sources of iron according to the Red Cross https://www.redcrossblood.org/donate-blood/blood-donation-process/before-during-after/iron-blood-donation/iron-rich-foods.html
  2. Wacker WE, Parisi AF N Engl J Med. 1968 Mar 21; 278(12):658-63. (Average human has 25 grams of magnesium in their body)
  3. DiNicolantonio JJ, O'Keefe JH, Wilson W. Subclinical magnesium deficiency: a principal driver of cardiovascular disease and a public health crisis [published correction appears in Open Heart. 2018 Apr 5;5(1):e000668corr1]. Open Heart. 2018;5(1):e000668. Published 2018 Jan 13. doi:10.1136/openhrt-2017-000668
  4. Lima Mde L, Pousada J, Barbosa C, Cruz T Arq Bras Endocrinol Metabol. 2005 Dec; 49(6):959-63 [Magnesium deficiency and insulin resistance in patients with type 2 diabetes mellitus]. Up to 75% of people are deficient
  5. Mineral and Electrolyte Metabolism. 1993;19(4-5):314-22. Low magnesium is associated with glucose abnormalities
  6. Endocrine Reviews. 2009 Jun;30(4):376-408. doi: 10.1210/er.2009-0011. Epub 2009 May 21.
  7. Nutrients. 2018 Feb 28;10(3). pii: E280. doi: 10.3390/nu10030280.
  8. Site accessed March 3, 2018 regarding iodine deficiency in Australia. https://www.thyroidfoundation.org.au/page/13/iodine-nutrition-iodine-deficiency
  9. Thyroid. 2011 Apr; 21(4):419-27. doi: 10.1089/thy.2010.0077. (Note: Iodine deficiency in the United States is higher than 10% of the population. I suspect upwards towards 20% using the WHO urinary value of 100 mg/L or less being deficient)
  10. Food sources of zinc https://ods.od.nih.gov/factsheets/Zinc-Consumer/