De acordo com o Journal of Nutrition, cerca de 45 por cento dos americanos possuem ingestão inadequada de zinco em sua dieta. Ao redor do mundo, mais de 15 por cento das pessoas possuem deficiência de zinco. Este problema é muito comum na África subsaariana e no sul da Ásia.

Conforme envelhecemos, a absorção de minerais importantes como o zinco pode ser prejudicada. Além disso, uma dieta pobre em zinco ou a ingestão rotineira de álcool também podem resultar em níveis de zinco cronicamente baixos. A deficiência de zinco está associada a problemas na pele e no sangue, aumento no risco de infecções, comprometimento da visão, problemas na saúde mental, artrite e problemas urológicos. O zinco também desempenha um papel importante na saúde cerebral, chegando a níveis 10 vezes mais altos do que no sangue.

Necessário para enzimas no cérebro e em todo o corpo, o zinco está envolvido em mais de 300 reações bioquímicas e é um componente importante para mais de 2000 proteínas. 

Sintomas da deficiência de zinco

  • Redução ou perda do paladar 
  • Diminuição do olfato
  • Aumento no risco de infecção
  • Aumento no risco de infecção intestinal
  • Diarreia crônica
  • Pele seca (dermatite)
  • Atraso no crescimento em crianças
  • Mulheres grávidas com baixos níveis de zinco podem aumentar o risco de autismo em seus filhos
  • Memória fraca
  • Baixa contagem de espermatozoides, resultando em infertilidade
  • Aumento no risco de depressão

Medicamentos que eliminam o zinco

Medicamentos comumente prescritos podem reduzir a absorção ou aumentar a excreção de zinco no corpo. Se você estiver ingerindo esses remédios, não pare o uso sem consultar o seu médico anteriormente. A ingestão de um multivitamínico de qualidade contendo zinco deve ajudar a prevenir a deficiência naqueles que estejam usando os seguintes medicamentos: 

Antiácidos

A venda de antiácidos, que bloqueiam a absorção de zinco e outros nutrientes, tem se tornado uma indústria bilionária ao redor do mundo. Em 2013, antiácidos prescritos geraram mais de U$10 bilhões em vendas globais.  Esses medicamentos incluem ranitidina, famotidina, omeprazol, esomeprazol e pantoprazol.

Inibidores da enzima conversora de angiotensina

Esta classe de medicamentos, também conhecidos como IECAs, é usada para tratar a pressão alta. Os exemplos incluem lisinopril, benazepril, enalapril, captopril e ramipril. Estudos sugerem que o uso rotineiro dessa classe pode resultar em aumento na excreção de zinco através da urina. 

Diuréticos

Os diuréticos são uma classe de medicamentos para pressão arterial frequentemente utilizados como terapia de primeira linha para o tratamento da alta pressão sanguínea.  Entre eles estão hidroclorotiazida, triantereno + hidroclorotiazida, (Dyazide, Maxzide), clortalidona e furosemida (Lasix).  Infelizmente, o uso rotineiro pode resultar em baixo teor de zinco no sangue, além de perda de potássio e magnésio.

Pílulas anticoncepcionais

Tendo sido aprovadas em 1960 como forma de evitar a gravidez, as pílulas anticoncepcionais são tomadas por mais de 100 milhões de mulheres ao redor do mundo. Embora possua 99% de eficácia quando consumida corretamente, esse medicamento pode eliminar o zinco e outros nutrientes

Antibióticos

Certos antibióticos, como ciprofloxacina, levofloxacina e tetraciclina, podem interagir com o zinco nos intestinos, resultando em uma redução na sua absorção. Se estiver tomando antibióticos, principalmente a longo prazo, uma suplementação de zinco pode ser considerada. 

Melhores fontes alimentares de zinco (por 3 gramas)

  • Ostras – 74 mg
  • Carne Assada – 7 mg
  • Caranguejo do Alasca – 6,5 mg
  • Hambúrguer – 3 mg
  • Cereal matinal – 3,5 mg
  • Lagosta – 3,4 mg
  • Costeleta de porco – 2,9 mg
  • Feijões cozidos – (1/2 xícara) 2,9 mg
  • Frango – 2,4 mg
  • Iogurte de frutas – 1,9 mg

13 motivos para otimizar a ingestão de zinco 

  • Combate o resfriado
  • Ajuda a reduzir a acne
  • Melhora a saúde do cérebro e a memória
  • Reduz o risco de depressão 
  • Ajuda no Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH/DDA)
  • Ajuda pessoas com Lesões Cerebrais Traumáticas (LCT)
  • Auxilia na cicatrização de feridas
  • Previne queimaduras solares
  • Ajuda a prevenir diarreia em crianças com 6 meses ou mais
  • Otimiza o sistema imunológico 
  • Otimiza a síntese de proteínas
  • Otimiza a saúde do DNA
  • Ajuda as células a se reproduzirem de forma apropriada

Combatendo o resfriado

resfriado é a infecção mais frequente que uma pessoa pode encontrar em sua vida. Estima-se que existam mais de 220 tipos diferentes de vírus do resfriado que podem infectar humanos. Após a exposição, a doença normalmente leva de um a três dias para se manifestar, e a duração costuma ser de sete dias, mas em alguns casos pode durar várias semanas. O mesmo vírus nunca infecta a mesma pessoa duas vezes, e embora não exista cura para o resfriado, existem formas de prevenir a infecção— o zinco é uma delas. 

Numerosos estudos mostram os benefícios do zinco para a prevenção do resfriado comum. Um estudo de 2016 do British Journal of Clinical Pharmacology concluiu que “os pacientes com resfriado podem ser encorajados a experimentar pastilhas de zinco para tratar sua doença”, enquanto que um estudo de 2017 concluiu que “pacientes com resfriado podem ser instruídos a experimentar pastilhas de zinco 24 horas após o início dos sintomas”. 

Consumir pastilhas de zinco assim que for exposto a um vírus é sugerido por muitos praticantes holísticos. Este suplemento mineral importante deve fazer parte do seu estoque de remédios, para que possam ser ingeridos assim que os sintomas comecem. Um outro estudo de 2017 mostrou que as pastilhas de gluconato de zinco e acetato de zinco são igualmente eficazes. Dose recomendada:  pastilhas de zinco, 30 mg conforme a instrução do rótulo.

Ajuda a reduzir a acne

A acne é um motivo comum pelo qual adolescentes e jovens adultos visitam o médico. Acredita-se que a acne em adolescentes ocorre geralmente devido aos hormônios e alimentos altamente processados. Medicamentos com e sem receita são uma indústria multimilionária. Estudos mostram que o zinco administrado via oral pode ajudar. 

Um estudo de 2013 do The Journal of Drugs in Dermatology demonstrou que o zinco tópico e oral pode ser útil contra a acne, devido às suas propriedades antibacterianas e anti-inflamatórias.  Além disso, um estudo de 2017 da Dermatologic Therapy afirmou, “O zinco é uma alternativa promissora para outros tratamentos para acne devido ao seu baixo custo, eficiência e ausência de efeitos colaterais sistêmicos”. 

Otimiza a memória e a saúde do cérebro 

A demência e o mal de Alzheimer resultam na perda de memória progressiva. Indivíduos a partir de 65 anos correm mais riscos. O zinco desempenha um papel importante na saúde do cérebro. Sendo portadora desta deficiência, uma pessoa pode ter dificuldade para lembrar-se das coisas. Entretanto, o zinco é apenas uma parte da equação – o cobre é a outra. É importante conhecer a proporção cobre-zinco. Ambos os minerais podem ser testados usando um exame de sangue simples. Níveis baixos de zinco no sangue e cobre em excesso aumentam o risco de demência, de acordo com um estudo do Journal of Alzheimer’s Disease.  A proporção ótima de cobre-zinco, de acordo com o pesquisador da University of California Los Angeles (UCLA), Dr. Dale Bredesen, é de  0.8:1.2.  Os níveis ótimos de zinco no sangue são 90-110 mcg/dl.

Reduz o risco de depressão

O transtorno depressivo afeta milhões de pessoas ao redor do mundo. A causa é normalmente uma combinação de estresse social, financeiro e desequilíbrio bioquímico. Os sintomas incluem vontade de dormir, redução no interesse por atividades, sentimento de culpa, problemas de concentração, movimentos lentos e, às vezes, pensamentos de automutilação. Quando presentes, buscar ajuda de um profissional de saúde é crucial. Estudos mostraram que pessoas com depressão tendem a possuir níveis mais baixos de zinco no sangue. 

Um estudo de 2017 da Frontiers in Pharmacology relatou a importância zinco para pessoas com depressão. O mesmo estudo também mostrou que a reposição do zinco pode ser útil no tratamento da psicose.

Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH/DDA)

Um estudo de 2017 feito na Rússia sugeriu que o zinco podia ajudar crianças com sintomas de TDAH. Outro estudo de 2017 da Current Psychiatry Reports sugeriu que, para aqueles com risco de possuir a deficiência, a reposição de zinco poderia ser útil no tratamento do Transtorno de Déficit de Atenção. Mais estudos sobre o tema são necessários. 

Lesões Cerebrais Traumáticas (LCT)

Lesões Cerebrais Traumáticas são o resultado de uma lesão no cérebro, o que é comum após uma concussão. LCT aumentam o risco de demência, depressão e abuso de substâncias. Um estudo de 2017 conduzido na Rússia sugeriu que o zinco pode ajudar na recuperação dos neurônios. Mais estudos sobre o tema são necessários. 

Feridas crônicas na pele

Feridas crônicas são comuns em diabéticos e nas pessoas incapazes de andar devido a alguma doença. Níveis baixos de nutrientes, incluindo zinco, são mais comuns em pessoas que úlceras crônicas na perna, de acordo com um estudo realizado em 2017.  Um outro estudo feito em 2017 na Journal of Wound Care demonstrou que o óxido de zinco, quando aplicado na pele, tem se mostrado útil na cicatrização de feridas. 

Proteção contra queimadura solar

óxido de zinco tópico é usado em fórmulas de protetor solar e pode ser útil na prevenção contra queimaduras solares. 

Toxicidade

Em geral, o zinco é um mineral seguro para ingestão. Como para a maioria das coisas, a moderação é essencial. Entretanto, se for consumido em excesso, efeitos colaterais podem ocorrer, incluindo náusea, cãibras no estômago e dores de cabeça.   Recomenda-se um consumo na faixa de 150-450 mg por dia, principalmente se estiver tomando suplementos, visto que esses valores têm sido associados com uma diminuição na absorção de cobre. 

O uso de zinco intranasal não é recomendado e tem sido associado à perda de olfato. 

Dose recomendada:

  • Picolinato de zinco, gluconato de zinco, bisglicinato de zinco e citrato de zinco são os compostos de melhor absorção. A dose usual é de 10 mg a 25 mg por dia
  • Um multivitamínico de qualidade contendo zinco também pode ser consumido 
  • Pastilhas de zinco – consumir conforme instruções do rótulo
  • O óxido de zinco é mais indicado para uso oral e para o tratamento de feridas 
  • Óxido de zinco pode ser usado como protetor solar
  • Sulfato e óxido de zinco são menos absorvíveis e não são recomendados por este autor para uso oral 

O zinco pode ajudar a otimizar a sua saúde

zinco é um mineral essencial crucial para a saúde ótima. Uma dieta nutritiva e completa, rica em alimentos contendo zinco, é importante para garantir níveis adequados de zinco no sangue e nos tecidos.  O zinco pode ser útil no tratamento de várias doenças. Alguns medicamentos podem reduzir os níveis de zinco no corpo humano e, se algum deles estiver sendo ingerido, é necessário um cuidado especial para garantir um consumo adequado de zinco. 

Referências:

  1. Ciubotariu D, Ghiciuc CM, Lupușoru CE. Zinc involvement in opioid addiction and analgesia – should zinc supplementation be recommended for opioid-treated persons? Substance Abuse Treatment, Prevention, and Policy. 2015;10:29. doi:10.1186/s13011-015-0025-2.
  2. Wessells KR, Brown KH. Estimating the Global Prevalence of Zinc Deficiency: Results Based on Zinc Availability in National Food Supplies and the Prevalence of Stunting. Bhutta ZA, ed. PLoS ONE. 2012;7(11):e50568. doi:10.1371/journal.pone.0050568.
  3. Mocchegiani, E.; Bertoni-Freddari, C.; Marcellini, F.; Malavolta, M. Brain, aging and neurodegeneration: Role of zinc ion availability. Prog. Neurobiol. 2005, 75, 367–390.
  4. Andreini, C.; Banci, L.; Bertini, I.; Rosato, A. Counting the zinc-proteins encoded in the human genome. J. Proteome Res. 2006, 5, 196–201. 
  5. Vela G, Stark P, Socha M, Sauer AK, Hagmeyer S, Grabrucker AM. Zinc in Gut-Brain Interaction in Autism and Neurological Disorders. Neural Plasticity. 2015;2015:972791. doi:10.1155/2015/972791.
  6. J Trace Elem Med Biol. 2007;21 Suppl 1:53-5. Epub 2007 Nov 19.
  7. Yang Y, Jing X-P, Zhang S-P, et al. High Dose Zinc Supplementation Induces Hippocampal Zinc Deficiency and Memory Impairment with Inhibition of BDNF Signaling. Yan R, ed. PLoS ONE. 2013;8(1):e55384. doi:10.1371/journal.pone.0055384.
  8. Lazzerini M, Wanzira H. Oral zinc for treating diarrhoea in children. The Cochrane Database of Systematic Reviews. 2016;(12):CD005436. doi:10.1002/14651858.CD005436.pub5.
  9. Patel AB, Mamtani M, Badhoniya N, Kulkarni H. What zinc supplementation does and does not achieve in diarrhea prevention: a systematic review and meta-analysis. BMC Infectious Diseases. 2011;11:122. doi:10.1186/1471-2334-11-122.
  10. Blewett HJ, Taylor CG. Dietary Zinc Deficiency in Rodents: Effects on T-Cell Development, Maturation and Phenotypes. Nutrients. 2012;4(6):449-466. doi:10.3390/nu4060449.
  11. Hemilä, H.Petrus, E. J.Fitzgerald, J. T., and Prasad, A. (2016Zinc acetate lozenges for treating the common cold: an individual patient data meta-analysisBr J Clin Pharmacol8213931398. doi: 10.1111/bcp.13057.
  12. Hemilä H, Fitzgerald JT, Petrus EJ, Prasad A. Zinc Acetate Lozenges May Improve the Recovery Rate of Common Cold Patients: An Individual Patient Data Meta-Analysis. Open Forum Infectious Diseases. 2017;4(2):ofx059. doi:10.1093/ofid/ofx059.
  13. J Drugs Dermatol. 2013 May;12(5):542-5.
  14. Dermatol Ther. 2017 Nov 28. doi: 10.1111/dth.12576. [Epub ahead of print]
  15. J Alzheimers Dis. 2015;47(3):565-81. doi: 10.3233/JAD-143108.
  16. Int J Mol Sci. 2017 Nov 23;18(12). pii: E2506. doi: 10.3390/ijms18122506.
  17. Petrilli MA, Kranz TM, Kleinhaus K, et al. The Emerging Role for Zinc in Depression and Psychosis. Frontiers in Pharmacology. 2017;8:414. doi:10.3389/fphar.2017.00414.
  18. Zh Nevrol Psikhiatr Im S S Korsakova. 2017;117(7):112-119. doi: 10.17116/jnevro201711771112-119.
  19. Curr Psychiatry Rep. 2017 Feb;19(2):8. doi: 10.1007/s11920-017-0762-1.
  20. Zh Nevrol Psikhiatr Im S S Korsakova. 2017;117(7):112-119. doi: 10.17116/jnevro201711771112-119.
  21. Barber GA, Weller CD, Gibson SJ. Effects and associations of nutrition in patients with venous leg ulcers: A systematic review. J Adv Nurs. 2017;00:1–14. https://doi.org/10.1111/jan.13474
  22. Wound Care. 2017 Oct 1;26(Sup10):S30-S36. doi: 10.12968/jowc.2017.26.Sup10.S30.